No meio empresarial ainda pode ser pouco discutido, mas a mudança de comportamento de buscas causada pelos assistentes de voz está crescendo mais rapidamente do que se imagina, segundo matéria do Meio e Mensagem e estudo da iProspect.
Estamos vivendo uma revolução silenciosa, muito similar ao que vivemos entre 2015-2016, quando o número de usuários que navegavam pela internet utilizando smartphones estava crescendo rapidamente, à ponto de superar os que acessavam através de um computador.
Talvez os mais céticos não acreditem nestes dados por não presenciarem esse comportamento no seu cotidiano, mas respondam a esta pergunta: Nas suas conversas diárias de WhatsApp, você prefere digitar longos textos ou enviar um áudio explicando?
Com a popularização do uso de assistentes de voz dos smartphones e de assistentes domésticos, o Google também passou a dar relevância para este formato no seu algoritmo.
Agora, o Google procura entregar uma resposta direta à pergunta feita pelo usuário na pesquisa, chamada de "posição zero" (zero-click search), pois ela está posicionada acima dos resultados orgânicos de sites.
Estratégia adotada
Acompanhando as tendências mundiais de SEO, a estratégia de conteúdo deste e-commerce foi adaptada para compreender a estrutura de perguntas e respostas que caracteriza o comportamento de busca por voz. Basicamente você pede algo, e o assistente lhe entrega UMA resposta.
Em um e-commerce que já produzia conteúdos bem estruturados em nível de detalhes de produtos, bastou uma leve mudança na forma como estruturar os cabeçalhos, estes em forma de pergunta, usando pronomes como "o que", "qual", "como", "onde", e etc. Já os conteúdos que os seguem, transformados em respostas diretas às perguntas ou em definições.
Resultado obtido
Como resultado, vários destes conteúdos foram utilizados pelo Google como resultado para a posição zero, aquelas respostas que já aparecem prontas na página de resultado do Google, não necessitando que os usuários cliquem em um link para acessar outros sites e encontrar a respostas que procuram.

Muito se falou sobre isso em 2019 em artigos e eventos, e como o Google estava "roubando" tráfego dos sites ao se apropriar do conteúdo e exibir a resposta na sua página de resultados, sem levar o usuário ao site. Mas, na nossa percepção, quando conquistamos este resultado, as páginas dos produtos tiveram grande geração de tráfego orgânico devido à visibilidade que a marca teve nesta posição privilegiada de resultados, e ao fato de ter o link para a página abaixo da resposta pronta
Como consequência desta estratégia e do amplo volume de conteúdos produzido, o tráfego orgânico em 2019 cresceu 202% em relação a 2018. Nos anos anteriores crescemos entre 15% a 30% ao ano.
Conclusão
Entregar conteúdo de qualidade para o usuário sempre foi o principal critério de ranking anunciado pelo Google. E quando o usuário muda sua forma de lidar com a web e mecanismos de buscas, o Google também se atualiza e privilegia resultados que atendam a este comportamento.
Com a busca por voz não têm sido diferente. Respostas diretas e definições tendem a ocupar melhores rankings, ao invés de longos conteúdos completos e bem estruturados. Estes últimos atendiam à pesquisas mais genéricas que tendem a reduzir, enquanto pesquisas específicas, de cauda longa, e em formato de interrogação devem continuar em crescente neste novo comportamento de uso.
E, por fim, o resultado de estar em uma posição privilegiada do Google, esta não mudou, permanece sendo valioso.