Blog Lume

Novidades do Google Analytics 4 e como fazer tagueamento básico para e-commerce

Artigo escrito por Anderson Fagundes (CEO da Lume) e publicado em 10/11/2022 no portal E-commerce Brasil.

Já falamos por aqui sobre como a nova versão do Google Analytics deve impactar o mercado de e-commerce e sobre a importância de se preparar para extrair o melhor dessa ferramenta antes que o Universal Analytics deixe de funcionar, em julho de 2023.

Agora, que tal falarmos um pouco, no detalhe, sobre o que de fato o Google Analytics 4 traz de novidade e quais as principais diferenças de uma versão para a outra?

Abaixo, falo um pouco sobre algumas das mudanças mais importantes e, ao final do artigo, trazemos algumas dicas para um tagueamento básico de e-commerce no GA4. Bora acompanhar!

Coleta de dados

A maneira como o GA4 faz a coleta de dados mudou completamente. Agora, esse processo é feito por meio de eventos e não mais de sessões geradas. Essa talvez seja a atualização mais importante da ferramenta.

Basicamente, os eventos são todas as interações que um usuário faz dentro de um site ou aplicativo. Alguns exemplos são: visualizar uma página/tela, abrir um menu de navegação, fazer uma pesquisa no campo de busca, clicar em um banner, entre outras centenas de possibilidades.

Ou seja, a nova versão não terá a coleta de dados por cookies, mas sim quando houver o disparo de eventos cadastrados. O GA4 já oferece uma gama de eventos padrão e que não precisam ser cadastrados, sendo necessário cadastrar apenas eventos e métricas personalizadas do seu negócio.

Porém, apesar de ser um pouco mais trabalhosa (pois exige um planejamento aprofundado de como será realizada a coleta de dados), essa mudança deixará os dados mais certeiros e os números mais detalhados e reais em relação ao comportamento do usuário no seu site ou aplicativo (aliás, vamos falar de apps logo abaixo).

Dados relacionados a aplicativos

Uma novidade que deve agradar muita gente é em relação à mensuração de performance de aplicativos. Isso porque com o GA4 é possível integrar dados de aplicativos e sites de maneira simples. Isso faz com que a ferramenta se torne um ambiente unificado para a visualização e a análise de dados para as duas plataformas.

O GA4 conta com uma integração com o Firebase. Antes, quando queríamos taguear e analisar dados de web e aplicativos, era necessário usar o GA3 para web e o Firebase para o aplicativo. Ou seja, eram dois ambientes diferentes.

Na nova versão, fica mais simples, e o Google Analytics 4 e o Firebase se tornam a mesma coisa.

Imagem mostra papeis sobrepostos com relatórios coloridos em vermelho, amarelo e laranja em cima de uma mesa de madeira. Em cima dos papeis com relatórios tem uma lupa, posicionada no centro da imagem.
Relatórios do Google Analytics 4 serão mostrados de maneira totalmente diferente do que no Universal.

Relatórios

Antes de mais nada, a grande verdade sobre essa mudança é que estávamos muito mal acostumados com os relatórios do Universal Analytics.

O GA3 entrega essas informações de maneira padronizada: se queremos visualizar dados sobre acessos de usuários baseados em dispositivos, já existe um relatório da própria ferramenta. Basta selecionar o período desejado e ele automaticamente mostra.

Mas a realidade do GA4 é outra. Existe uma área que funciona como se fosse um business intelligence, e o profissional terá que indicar para a ferramenta quais as configurações e o tipo de relatório deseja visualizar.

Isso exige, como já mencionamos em artigos anteriores, conhecimento em DataViz (modelar e apresentar dados via dashboard) pois todos os dados, as análises e os relatórios serão construídos pelo analista responsável pelo GA4.

Tempo de memória

Essa é uma mudança que provavelmente vai mexer no bolso das empresas que precisam manter um banco de dados muito extenso. Isso porque a nova versão conta com uma limitação do tempo em que consegue guardar as informações coletadas.

As empresas que precisam de um longo histórico de informações terão que investir em database para salvá-las.

Atualmente, o Universal Analytics conta com um tempo de histórico bem grande, e essa é uma mudança bem importante que necessita de ações rápidas para que dados essenciais não se percam a longo prazo.

Mas o próprio Google traz uma solução para esse “problema”, que é o BigQuery (uma estrutura de armazenamento de dados). Vale dar uma olhada com calma e muita atenção nesse ponto.

Você já iniciou o processo de transição?

Se você ainda não iniciou a transição de uma versão para a outra, já passou da hora de fazer isso. E esse não é um “alerta” em vão, pois sabemos que esse processo leva tempo e exige um processo de adaptação de quem utiliza a ferramenta.

Envolve uma auditoria no GA3, o planejamento da estrutura do GA4, o mapeamento e a reestruturação de eventos, o backup de dados, entre outras ações importantes.

Além da data limite para o Universal Analytics parar de funcionar e do tempo necessário de adaptação e transição para o GA4, outro ponto bem interessante é que a nova versão utiliza inteligência artificial para otimizar a coleta de dados.

Basicamente, a ferramenta vai “aprendendo” com as informações que coleta ao longo do tempo. Por isso, quanto mais cedo você conseguir alimentar a ferramenta com dados, mais inteligente ela vai conseguir ser. Legal, né?

Tagueamento básico para e-commerce

Agora que falamos sobre algumas mudanças importantes do GA4 e sobre o processo de migração, trago algumas dicas de como fazer um tagueamento básico de e-commerce com a nova versão da ferramenta.

Inicialmente, o básico para um e-commerce é implementar o funil de compra. Ou seja, taguear todo o fluxo do usuário desde quando ele chega Ao site até o momento em que ele finaliza uma compra, a tão desejada conversão.

Antes de “colocar a mão na massa”, faça um plano de tagueamento e planeje o que você vai fazer. Isso envolve mapear o seu fluxo de compra – pois para cada e-commerce é de um jeito – e ver quais eventos do GA4 você vai utilizar.

O Google Analytics 4 já traz uma lista padrão de eventos para e-commerce, basta adequá-la à realidade do seu site. Para isso, essa primeira etapa de planejamento e mapeamento é essencial para garantir um bom tagueamento do seu e-commerce.

Configure o GA4 no GTM

Para que a ferramenta funcione corretamente, é essencial configurar o Google Analytics 4 no Google Tag Manager. Para isso, crie uma tag de “Google Analytics: configuração do GA4”.

É nela que você vai inserir o ID da sua propriedade (por exemplo, G-A2ABC2ABCD). Recomendamos deixar marcada a opção “Enviar um evento de visualização de página quando esta configuração for carregada”.

Assim, você já vai estar coletando visualizações automaticamente. Para essa tag, você pode utilizar o acionador de visualização de página ou de inicialização.

Se você tem um e-commerce e quer coletar as conversões, também vai precisar instalar um evento do GA4.

  • Crie uma tag “Google Analytics: evento do GA4”.
  • No campo “Tag de configuração”, selecione a tag criada no passo anterior.
  • Preencha “purchase” no “Nome do evento” e, em “Mais configurações”, marque a opção “Enviar dados de e-commerce”.

Nesse momento, você terá duas opções para coletar os dados da transação: o DataLayer ou um Objetivo Personalizado.

Aqui sempre recomendamos a implementação e a utilização do Data Layer (camada de dados), inclusive o próprio Google sugere que esse seja o processo padrão. A camada de dados é uma espécie de “lista de itens” estruturados que fica escondida no código coletando dados de um site.

Por fim, caso utilize um Data Layer, pode utilizar o próprio evento dele como acionador para a tag. Caso opte pelo caminho do Objeto Personalizado, você pode utilizar um acionador de visualização de página na tela de conclusão de compra ou agradecimento.

O interessante de optar por DataLayer é que você não fica “dependente” de um desenvolvedor para fazer isso, o que diminui custos e tempo de projeto.

E uma dica extra: busque sempre otimizar o seu tagueamento. Por serem limitados, ao usar parâmetros personalizados, busque sempre utilizá-los em mais de uma tag, aproveitando a estrutura deles.

Essas são algumas dicas que trago para que essa transição de uma ferramenta para a outra seja mais tranquila e menos “traumática”, principalmente para quem está deixando para a última hora.

Já passou do tempo de entender o GA4 e iniciar um processo de migração. Não deixe para depois!

Veja também

Receba no seu e-mail os melhores conteúdos sobre SEO e Analytics e fique por dentro das novidades com a nossa newsletter.

    crossmenu